Falar que " todo mundo tem opinião" não justifica desinformação
A ideia de que "todo mundo tem direito a uma opinião" é frequentemente usada como uma desculpa para justificar desinformação ou opiniões baseadas em preconceitos, achismos ou fontes não confiáveis. Embora seja verdade que qualquer pessoa pode expressar sua opinião, isso não significa que todas as opiniões têm o mesmo valor ou merecem o mesmo respeito.
Opiniões sem fundamento podem ser perigosas, especialmente em questões complexas como ciência, política, saúde pública ou direitos humanos. Por exemplo, uma opinião sobre vacinas baseada em boatos ou pseudociência não tem o mesmo peso que a opinião de especialistas com anos de estudo e pesquisa. Dar o mesmo espaço para ambos os lados pode gerar confusão e perpetuar a desinformação.
Além disso, muitas vezes confundimos "liberdade de opinião" com "liberdade de consequências". Você pode expressar o que quiser, mas precisa estar preparado para ser responsabilizado por isso, seja através de críticas, debates ou até mesmo consequências legais em casos extremos, como discursos de ódio.
Portanto, o direito de opinar deve vir acompanhado de uma responsabilidade: buscar informação confiável, ser honesto sobre limitações no próprio conhecimento e estar aberto a mudar de ideia diante de evidências melhores. Afinal, a qualidade das opiniões importa mais do que a quantidade.